Opinião
A mais formidável forma de se escolher quem representa a sociedade nas grandes decisões do país, sejam municipais, estaduais e federais, atinge neste pleito, o ápice do descontrole emocional de milhões de pessoas. Não mais em destaque as propostas dos candidatos e suas plataformas de sonhos palatáveis embalados em promessas douradas. Em cartaz, a raiva. O rancor caindo em litros de baba de bocas de urnas virtuais.
Nos debates televisivos, as feras se entredevoram em um moderno Coliseu. Nas redes sociais, amigos se estrangulam com palavras, cortam-sem com frases, expõem tripas e todo um grosso intestino. Nas ruas, os confrontos verbais se repetem. Espanta, mas, confirma uma velha tendencia política, a de simplesmente atacar. Não existem mais argumentos viáveis? A solução é o ataque. Não há como atrair atenções? A saída é a mentira. Inventam-se números, exageram-se histórias, manipulam, liquidificam e o resultado é um suco de titica cor-de rosa, fétido, intragável, porém, bebido por todos, mesmo sabendo-se ser apenas porcaria.
Deve ser bom para os eleitos. Depois, não terão nenhum compromisso a ser cumprido, nenhuma promessa a ser cobrada. Deram ao eleitor, um espetáculo, nada mais do que um grande espetáculo de circo e o antes respeitável público não terá como exigir uma cidade, um estado e um país melhor. É a Campanha do Lixo. Ninguém quer lixo em casa, mas, todos os dias, ele está lá, sendo varrido ou não, lá está.
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