terça-feira, 13 de maio de 2014

O ALTO VALOR DA GRATIDÃO

Nino Bellieny

Recebi por email essa fantástica história. Milhares delas circulam pela web,  poucas tão bem narradas como esta,  tocante e real. Forte. Por isso, reproduzo com prazer.
( Essa é uma das vantagens de se  ter um blog de opinião: poder escolher o que publicar e não ser escravo do recente, mas, cativo do que é bom.)


 UM ANJO DE PLANTÃO                 
Rabino Issocher Frand





Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, um empresário aproveitou para fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e  Mêlech George no centro de Jerusalém, Israel.

O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, mas ele não dispunha de tanto tempo.

 Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu.

 Percebendo a angústia daquele estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar  na fila à sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, 
comeu rapidamente e saiu em direção à uma reunião.

 Menos de dois minutos após ter saído,  ouviu-se um estrondo aterrorizador. Assustado,   perguntou a um rapaz  o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar-se na pizzaria. Sbarro`s... Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos escapara do atentado. Imediatamente lembrou-se do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila.

Certamente ele ainda estava lá!

 Aquele sujeito   salvara a sua vida e agora poderia estar morto.


Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas, encontrou apenas o caos  no local.

 A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar o poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas   morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram   feridas, algumas em condições críticas.

 As cadeiras do   restaurante estavam espalhadas pela calçada.

 Pessoas gritavam e   acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma.

 Entre feridos e   mortos estendidos pelo chão, vítimas ensanguentadas eram socorridas por   policiais e voluntários.

 Uma mulher com um   bebê coberto de sangue implorava por ajuda.

 Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército. Moshê procurou seu   'salvador' entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo.

 Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele.

Precisava saber o   que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo,   agradecer-lhe por sua vida.

O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava.

 Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.

 Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.

 Moshê conversou com o filho daquele homem, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por seu salvador. Estava extremamente grato. Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso  necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicar-lhe.
 Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema daquele rapaz em seu escritório em Nova Iorque, contando que o pai precisava de uma operação de emergência.

Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia estava em Boston, Massachussets-USA

 Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.

Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito: "Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila"


Mas, não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E sabia como 
retribuir um favor.


Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo - e deixou de ir trabalhar. Por causa disso, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia 11 de setembro de 2001, Moshê não estava em escritório. Exatamente no 101.º andar das Torres Gêmeas do World Trade Center.


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